HISTORIA DA CERVEJA

História da Cerveja


Pode-se dizer que a fabricação de cerveja é tão antiga quanto a civilização que conhecemos hoje em dia.

Principalmente porque o homem precisou deixar de ser nômade e passou a viver de forma fixa para cuidar das plantações.

Através da escrita dos hieróglifos ou caracteres cuneiformes que os historiadores conseguiram traçar as raízes da cerveja ao antigo Egito e as tribos Sumérias. Muitos consideram os Sumérios como os inventores de um líquido fermentado a partir do pão. Aquela cerveja era turva e não filtrada além de ser muito amarga. Já no império Babilônico foi Hamurabi, um importante rei, que criou diversas leis e códigos. Uma destas leis previa o pagamento de funcionários com cerveja, de acordo com a posição social do mesmo: 2 litros diários para trabalhadores normais, 3 para funcionários públicos e 5 para administradores e altos sacerdotes. A cerveja não chegava a ser vendida, mas era utilizada como moeda no escambo por outras mercadorias. Outra lei previa a morte por afogamento para quem diluísse a cerveja ou alterasse o volume dos recipientes para ter lucro. Isto demonstra a importância da cerveja no equilíbrio social das nações antigas.

Assim esta bebida foi se tornando popular e foi até exportada, chegando ao Egito. Ela chegou a ser mais popular que a própria água que, naquele tempo, geralmente era contaminada. Alguns estudos recentes, realizados em 1996 em Cambridge, indicam que o processo de fabricação era mais refinado do que se pensava. Ao invés de somente deixar o pão descansar na água foi no Egito que a cerveja ganhou os primeiros aprimoramentos na sua técnica de produção chegando próximo aos modelos atuais. Lá eram adicionadas ervas para melhorar o sabor da bebida e há evidências que algumas cervejas tinham, inclusive, nome.

No Egito a importância da fabricação de cerveja era tal que os escribas tinham hieróglifos específicos para o termo “cervejeiro”.
Alguns textos médicos egípcios chegaram a conter mais de 100 prescrições de cerveja como remédio.
Após os egípcios foram os gregos e os romanos que continuaram a fabricar cerveja. Embora o vinho tenha tomado seu território tornado-se mais popular. Praticamente só se encontrava cerveja fora dos limites do Império Romano, onde o vinho era difícil de obter-se. Para os romanos a cerveja era considerada uma bebida dos bárbaros.

Conforme o cultivo da cevada era espalhado para o norte e oeste a fabricação de cerveja ia junto. O tempo foi passando e a produção da bebida começou a ser vigiada pela Igreja Romana. As abadias cristãs, como centros agrícolas de conhecimento e ciência, refinaram os métodos de fabricação. Inicialmente a cerveja era feita para os irmãos peregrinos que visitavam os monastérios e logo após como meio de financiar as suas comunidades. Ainda naquele tempo pouco se sabia do papel do fermento no processo de fermentação.

Assim a cerveja foi entrando na vida cotidiana, tornando-se um líquido tão desejado que transformou grupos nômades em habitantes de vilarejos. Ela foi valorizada como um alimento potável e muitos trabalhadores comumente eram pagos com jarros de cerveja.


Por volta do século XV que se tem os primeiros registros do uso do lúpulo na Inglaterra, mas foi no século XVI foi difundido como conservante para cerveja, substituindo gradativamente as folhas e cascas anteriormente utilizadas, culminando a época de um dos maiores eventos regulatórios na história da cerveja, a criação do Reinheitsgebot de 1516 (Lei de Pureza) pelos Alemães.

O próximo grande desenvolvimento na cerveja ocorreu na metade do século XIX através do trabalho realizado por Louis Pasteur, o primeiro a explicar como a levedura funciona. As cervejarias alemãs até então não sabiam explicar porque o processo de fazer cerveja nos meses quentes deixava esta azeda. Enquanto se fabricadas nos meses frios e a armazenadas em cavernas próximas dos Alpes resultava uma melhora na estabilidade e no sabor. Foi deste processo que se criou o termo Cerveja Lager (estocada).

No verão a temperatura auxiliava o crescimento de leveduras selvagens e de bactérias no mosto, fazendo a cerveja azedar.

Muitas cervejarias neste tempo foram criadas em todo o mundo e com o passar do tempo, algumas leis, escassez de matéria-prima, guerras e concorrência acirrada concentraram a indústria cervejeira em poucos grandes grupos. No final do século XX e início do XXI, porém, surgiu um novo movimento mundial, retornando as raízes de grandes variedades de alta qualidade e sabores diferenciados têm aparecido no mercado ano após ano.